Escola, trabalho e tecnologia
Prof. Antônio Marques
Mestre em Educação Brasileira – UFC (1996)
I. INTRODUÇÃO
Nesta reflexão, abordaremos, em linhas gerais, as relações entre escola, trabalho e tecnologia, destacando algumas implicações dessas relações para o perfil do trabalhador exigido pela sociedade contemporânea.
Refletiremos, assim, sobre a necessidade de uma mão-de-obra qualificada para atender a demanda do trabalho, nas condições que são impostas hoje, em face da complexidade das relações sociais e da divisão do trabalho.
Portanto, ao tratarmos do tipo de trabalho e das qualidades técnicas e psicológicas do homem que vai exercê-lo, o faremos por meio de uma análise critica. Visamos, pois, evitar reproduzir o caráter ideológico dominante que perpassa, em geral, essa questão.
De início, discutiremos sobre a tarefa da escola, no que diz respeito à formação do aluno para o ingresso no campo de trabalho, determinado por uma sociedade tecnificada. E, também, no que diz respeito à formação desse aluno, a fim de que atue como sujeito do processo de mudança social, "lendo" criticamente a realidade onde está inserido. Como estamos nos referindo, especificamente ao aluno, enquanto formado pela escola para atuar no mundo do trabalho, preferimos chamá-lo de aluno trabalhador.
Trataremos depois da formação básica, que faz parte atualmente de políticas internacionais de educação, focalizando a escola como uma função especial de dotar o aluno/trabalhador de certos conhecimentos e habilidades, destinados à compreensão de mecanismos e processos de uma maior eficiência produtiva.
Finalmente, faremos uma análise crítica da referida formação básica, cujos objetivos, a nosso ver, precisam ser direcionados para os reais interesses do aluno/trabalhador, já que são, a priori, a defesa de mecanismos de sustentação e conservação da ideologia capitalista.
II. A ESCOLA E A