Escola da bola
Um olhar para algumas décadas passadas permite observar que não existia uma preocupação com a iniciação esportiva, visto que a mesma ocorria de forma espontânea nos locais onde crianças brincavam. As crianças e jovens faziam do tempo e espaço disponíveis, o “seu espaço” e o “seu tempo” para se divertir. Jogavam para aprender sem saber que estavam aprendendo. A prática era lúdica, sem o objetivo formal de se aprender, os jogos e as brincadeiras eram transformados conforme a realidade situacional. As regras eram criadas, a dinâmica, as tarefas e as funções do jogo eram adaptadas para se poder jogar e brincar. Ao se reunir, surgia um jogo, e assim, consequentemente, uma rica e variada quantidade de experiências motoras era apreendida, o que servia de base para posterior aprendizagem dos esportes.
Atualmente, esta prática foi sendo substituída, gradativamente em alguns locais, rapidamente em outros, por práticas direcionadas, formais, privilegiando o ensino da técnica, que levaria a ações estereotipadas, mecanizadas.
2. Marco teórico
A fundamentação para a “Iniciação Esportiva Universal: uma escola da bola” orienta se nas ciências do esporte, e reúne conceitos filosóficos, pedagógicos, didáticos, metodológicos, construídos nas diferentes áreas de conhecimento, tais como: teoria do treinamento, teoria do movimento, pedagogia do esporte, psicologia do esporte - particularmente na linha cognitiva (neo-cognitiva, construtivista, modular idade da mente dentre outras), aprendizagem e desenvolvimento motor, medicina e biomecânica do esporte, entre outros. A prática de atividades motoras, particularmente com crianças, tem sido amplamente discutida, sob o enfoque do desenvolvimento e aprendizagem, com diferentes fundamentações filosófico-pedagógicas. Pretende-se interpretar o projeto da iniciação esportiva como o alicerce das práticas corporais e da formação da cultura de movimento, pois independente do local onde essa criança pratique atividade motora