Escoburto
Há mais de duzentos anos, já se sabia que alguns alimentos eram necessários para manter-nos saudáveis. Percebeu-se, por exemplo, que os marinheiros que ficavam muito tempo no mar acabavam doentes. Esses homens, que consumiam principalmente bolachas e carne de porco salgada, passavam longos períodos sem ingerir folhas ou frutas frescas. Por esse motivo eram atacados pelo escorbuto.
Por volta de 1800, descobriu-se que esse mal poderia ser evitado se fossem acrescentados a sua dieta suco de limão e repolho azedo. Muito mais tarde, verificou-se que esses alimentos contêm grande quantidade de vitamina C e que a ingestão diária de pequenas doses dessa vitamina evita o escorbuto.
A vitamina C é importantíssima para o corpo porque ela é um cofator da enzima prolil-hidrolixase, que faz a hidroxilação do aminoácido prolina nas cadeias alfa de colágeno. Essa hidroxilação é tão importante porque aumenta o número de ligações de hidrogênio na molécula e dá maior rigidez ao colágeno, que é a principal proteína estrutural do corpo.
História[editar | editar código-fonte]
Existem registos sobre o escorbuto desde cerca de 1500 a.C, no Antigo Egito; mais tarde, Hipócrates descreveu também a doença. Na Idade Média o escorbuto desempenhou um papel importante em alguns conflitos: o exército de Luís IX de França foi severamente afetado pelo escorbuto nos finais da Sétima Cruzada, evitando a conquista do Egito. Era uma doença conhecida das zonas nórdicas, especialmente durante os Invernos pobres em alimentos frescos.
A doença é melhor descrita, falada, e popularizada nas viagens marítimas do século XVI. Cerca de quatro quintos da tripulação de Fernão de Magalhães foi mortalmente