Esclerose lateral amiotrófica
É uma doença mundial com incidência de 2 casos em 100.000 habitantes. A frequência da doença alcança seu pico na quinta década de vida, e é rara em pessoas com menos de 35 anos de idade. Os homens, em geral, são mais acometidos que mulheres, na proporção de 1,5 a 2 vezes a mais. Existem áreas geográficas restritas com incidência particularmente alta de ELA em Guam, em partes do Japão e de Papua-Nova Guiné, porém esses casos se diferem do resto do mundo.
A doença pode ter caráter familiar, 5 a 10% dos casos, a maioria de herança autossômica dominante. O gene para a ELA familiar localiza-se no cromossomo 21q e foi associado a mutações de sentido incorreto no gene que codifica superóxidodismutase-1 (SOD1). É interessante observar que a ELA familiar é causada por mutações em SOD1 não é consequência de atividade de SOD deficiente. Através de experimentos com camundongos transgênicos, indicou-se que o gene mutante SOD1 na ELA resulta em ganho de função tóxica. A agregação de SOD1 e outras proteínas, como subunidades de neurofilamentos, presumivelmente compromete a sobrevida de neurônios motores.
A patogenia da ELA ainda não é compreendida, devido as inúmeras associações genéticas. A ideia mais aceita nos dias atuais é que a proteína SOD1 mutada assume uma configuração anormal e desencadeia uma resposta de lesão na presença dessa proteína alterada. Além disso, podem contribuir para a doença as mutações do SOD1 em células neuronais (músculo liso e glia). Existem também mecanismos que contribuem para a perda dos neurônios motores incluindo alterações no transporte axonal, anormalidades de neurofilamentos, toxicidade mediada dos níveis de neurotransmissores glutamato e agregação de outras proteínas.
Os sintomas