Esclerose BCTRIMS
Recomendações quanto ao uso de drogas imunomoduladoras na esclerose múltipla. O consenso do BCTRIMS
A esclerose múltipla não é um processo degenerativo contagioso e, na maioria dos casos. Apesar de não ser herdada, atinge pessoas geneticamente predispostas à doença e se manifesta de diferentes modos. O diagnóstico não é simples e pode levar alguns anos para ser feito corretamente, pois os sintomas se assemelham, em alguns casos, com outros tipos de doenças do sistema nervoso. Até o início da década de 90 poucos recursos terapêuticos estavam a nossa disposição para o tratamento de pacientes com esclerose múltipla. A partir de abril de 1993, os imunomoduladores se tornaram parte do arsenal terapêutico no tratamento de pacientes portadores da forma RR da EM, oferecendo real possibilidade de modificação do curso e da progressão da doença. Os primeiros resultados publicados com o uso do interferon beta 1-a em mais de 350 pacientes, demonstraram redução no número e gravidade dos surtos, efeitos estes que têm como objetivo retardar a progressão da doença. Nos últimos anos outros imunomoduladores têm sido empregados no tratamento da EM. Os atualmente utilizados são: o interferon beta 1-a (REBIF e AVONEX), o interferon beta 1-b (BETAFERON), e o acetato de glatirâmer (COPAXONE). Como notado, há uma grande necessidade de se iniciar precocemente a administração de imunomoduladores devido a evolução rápida do processo imunológico. Observa-se que o processo inflamatório permanece ativo mesmo nas fases de remissão da doença, sendo este o principal fator que contribui para o desenvolvimento de lesão axonal irreversível. Portanto, o tratamento deveria se iniciar imediatamente após a confirmação do diagnóstico. Assim, alternativamente, ao invés de iniciar o tratamento logo após o diagnóstico em todos os pacientes, poderia se repetir a RNM durante a evolução do paciente, no intuito de selecionar aqueles com maior número de lesões e que deveriam, então,