Ergonomia no ambiente de trabalho
HISTÓRICO DA ERGONOMIA
A ergonomia nasce da constatação de que o Homem não é uma máquina como as outras, diferentemente do que propôs Descartes e La Mettrie no século XVII pois:
- ele não é um dispositivo mecânico;
- ele não transforma energia como uma máquina a vapor;
- seu olho não funciona como uma célula fotoelétrica;
- seu ouvido não é sensível aos sons apenas como um microfone e um amplificador;
- sua memória não funciona como a de um computador;
- os riscos a que está submetido no trabalho não são análogos aos de um dispositivo técnico, apesar de termos análogos aplicados ao Homem e à máquina: fadiga, desgaste, envelhecimento, polias, válvulas, juntas, bombas, tubos.
E quando é que se começou a pensar que o homem era uma máquina como as outras?
Até o século XV o homem, na tradição cristã, ocupava o centro do universo. Tinha sido criado à imagem e semelhança de Deus e seu corpo sempre foi objeto de respeito. A dissecação de cadáveres era rigorosamente proibida pela Igreja Católica.
Todo o restante do universo tinha sido criado especificamente para seu uso e gozo.
Com a demonstração, por Galileu, de que a terra não era mais o centro do universo, a verdade revelada perde sua importância. Um intenso ceticismo toma conta de todos os pensadores, pois tinha ficado patente que os nossos sentidos podem nos enganar. Afinal, nossos sentidos sempre nos indicaram de que era o sol que se movia ao redor da terra. E nem mesmo a nossa razão foi capaz de corrigir este erro. Logo, lança-se uma dúvida sobre os sentidos e a razão.
Descartes leva esta dúvida a extremos: doravante tudo tem que ser submetido a uma verificação já que estava perdida a fé na tradição. Se por um lado o homem sofre um intenso golpe no seu narcisismo, por outro isto permite que seu corpo seja estudado como um objeto qualquer como os vários outros que compõem a natureza só que animado por uma alma.
Com o desenvolvimento de engenhos mecânicos que se propõem