era uma vez
A minha ambição seria pintar a sociedade portuguesa tal qual a fez o Constitucionalismo desde 1830 e mostrar-lhe, como num espelho que triste país eles formam - eles e elas. É o meu fim nas “Cenas da Vida Portuguesa”. É necessário acutilar o mundo oficial, o mundo sentimental, o mundo literário, o mundo agrícola, o mundo supersticioso - e, com todo respeito pelas instituições de origem eterna, destruir as falsas interpretações e falsas realizações que lhe dá uma sociedade podre. Não lhe parece você que um tal trabalho é justo?
Quais os escritores que o influenciaram mais?
Tive, no início, influência de escritores românticos, como de Flaubert, Beaudelaire e Victor Hugo, Charles Dickens, Dostoievsky,Michelet e Melville. E após me ter ligado mais ao mundo da política, depois de algumas das minhas viagens (principalmente da minha viagem pelo Oriente), comecei a interessar-me por Zola,Tolstoi (entre outros), que são, como é óbvio, escritores realistas.
Alguma das muitas viagens que realizou contribuiu para o seu desenvolvimento como escritor?
Por finais de 1869 permaneci cerca de dois meses no oriente. Alexandria, Cairo, Port-Said, Palestina, foram alguns dos países que visitei, na companhia de meu amigo Resende, que me pediu que o acompanhasse para a inauguração do canal do Suez. Todo esse tempo que permaneci no oriente fez-me adquirir um gosto enorme pelas viagens e uma enorme oportunidade de exercitar a escrita. Também contribuiu fortemente para a minha formação cultural e para a escolha da minha futura carreira (na altura) como diplomata.
Alguma das muitas viagens que realizou contribuiu para o seu desenvolvimento como escritor?
Por finais de 1869 permaneci cerca de dois meses no oriente. Alexandria, Cairo, Port-Said, Palestina, foram alguns dos países que visitei, na companhia de meu amigo Resende, que me pediu que o acompanhasse para a