Equilibrio Quimico no sangue
Assim, os médicos devem ter na manga uma solução rápida que corrija possíveis variações de pH. E aí, mais uma vez, a química entra em campo.
No sangue, há o seguinte equilíbrio químico: CO2 + H2O → H1+ + (HCO3)1-
Quando alguém, numa crise de ansiedade ou de histeria, respira de modo ofegante, os pulmões perdem muito gás carbônico. O equilíbrio, então, é deslocado para a esquerda, consumindo os íons H1+. Isso pode fazer com que o pH suba a aproximadamente 7,7 em poucos minutos (alcalose sanguínea). Nesses casos, os médicos podem até dar um calmante para que a respiração volte ao normal. Mas, quando nem isso funciona, é necessária uma intervenção radical: injetar uma solução ácida no sangue do paciente.
Mas que ácido seria esse? Sulfúrico? De jeito nenhum, pois poderia matar. O que se usa é uma solução salina de cloreto de amônio (NH4Cl). Mas como um sal pode gerar acidez?
Na água pura, além das moléculas de água, existem os íons hidrogênio (H1+), responsáveis pela acidez, e íons hidroxila (OH1-), responsáveis pela alcalinidade, na mesma concentração. Ao dissolvermos o cloreto de amônio em água ocorre uma hidrolise salina, representada pela equação:
NH4Cl + H2O → NH4OH + H1+ + Cl1-
O íon amônio ( NH4)1+ por ser derivado de uma base fraca (NH4OH), “captura” os íons hidroxila. Assim, acaba havendo uma sobra de íons hidrogênio na solução, que se torna ácida.
E veja que coincidência: é também por causa desse mesmo sal, o cloreto de amônio, que as pilhas comuns duram menos que as alcalinas! Em ambas, o zinco metálico é o pólo negativo, isto é, o fornecedor dos elétrons que geram a corrente elétrica. Só que o zinco é atacado por soluções ácidas e, na pilha comum, há uma pasta com NH4Cl ! O meio ácido gerado por ele corrói o zinco e faz a pilha render menos. Nas alcalinas o cloreto de amônio é substituído por uma solução