Epitáfio

EPITÁFIO Certamente uma preocupação que não é recorrente a pessoas da minha idade é como estarão quando morrerem. Imagino que, quando muito, planejam morrer quando todos os sonhos forem realizados, todas as metas alcançadas, resultados obtidos e principalmente, que tenham vivido ao menos quase um centena de anos. Na vida ideal, sonhamos que nossa família será perfeita, a pessoa escolhida para o casamento irá corresponder ao nosso amor na mesma intensidade, seremos felizes para sempre e teremos filhos maravilhosos, como num comercial de panetone. Na vida ideal, nossos amigos sempre irão morar por perto, continuarão diariamente presentes para inúmeras horas de conversa, boas risadas, uma ou outra rusga, mas, sempre superadas. No que diz respeito à atividade profissional, nossa remuneração irá custear todos os sonhos e caprichos, nunca estaremos fadigados, ansiosos, preocupados ou tristes e jamais seremos humilhados, hostilizados ou teremos que ouvir uma resposta negativa. Quando ouço Epitáfio*, me questiono se ao final da vida todos lamentam pelos sonhos não realizados, resultados não obtidos, carreira profissional que nunca se concretizou, família que jamais foi motivo de alegria, e o pior, tem a sensação de que a morte será um episódio precoce, apesar da velhice. Às vezes falo que perdi a "síndrome da imortalidade" muito cedo, nunca minha meta foi viver perto dos cem anos; percebo que a morte é uma possibilidade diária, que poderia ter ocorrido até mesmo no nascimento, bastando para tanto que eu esteja vivo. Todavia, minha reflexão não é para sentenciar que todos morrerão, mas, abordar um aspecto importante e profundo, que influenciará completamente sua vida, e sobretudo, após a morte. Desde muito cedo descobri que a corrida, o bem, o sucesso, a meta, o resultado mais importante pra minha vida era ter Cristo como meu Salvador, professei a fé publicamente aos 11 anos, e enquanto recebia as lições bíblicas, compreendi o sacrifício de Jesus pra me