Epistemologia do Sul
Autor: Boaventura de Sousa Santos
Este livro procura dar respostas a estas perguntas, partindo de duas ideias. Primeiro, que há epistemologias neutras e que as que reclamam sê-lo são as menos neutra; segundo, que reflexão epistemológica deve incidir, não nos conhecimentos com abstrato, mas nas práticas de conhecimento e nos seus impactos noutras práticas sociais. (Pag 11- Prefácio)
Epistemologias do sul, trata do conjunto de intervenções epistemológicas que denunciam a supressão dos saberes levada a cabo, ao longo dos últimos séculos, pela norma epistemológica dominante, valorizam os saberes que resistiram com êxito e as reflexões que estes tês produzido e investigam as condições de um diálogo horizontal entre conhecimentos. A esse diálogo entre saberes chamamos “ecologias de saberes” ( Pag 11- Introdução)
A epistemologia é toda noção ou ideia, refletida ou não, sobre as condições do que conta como conhecimento válido. ( Pag 15 – Introdução)
Em face desta reflexão levantam-se três pergunta. Por que razão, nos dois últimos séculos, dominou uma epistemologia que eliminou da reflexão epistemológica o contexto cultural e político da produção e reprodução do conhecimento? Quais foram as consequências de uma tal descontextualização? (Pag 16 – introdução)
Primeiro, a epistemologia dominante é, de facto, uma epistemologia contextual que assenta numa dupla diferença: a diferença cultural do mundo moderno cristão ocidental e a diferença política do colonialismo e capitalismo. (pag 16 – Introdução)
De facto sob o pretexto de missão colonizadora, o projeto de colonização procurou homogeneizar o mundo, obliterando as diferenças culturais. Com isso, desperdiçou-se muita experiência social e reduziu-se a diversidade epistemológica , cultural e política do mundo. ( Pag 16,17 – Introdução)
O importante numa avaliação histórica do papel da ciência ´pe ter presente que os juízos epistemológicos sobre a ciência não podem ser feitos sem tomar a