Entre o sber e o não saber
PENSANDO LUGAR DA EF ESCOLAR I SAÍDAS DO NÃO
A Educação Física como disciplina escolar passa por um processo de transformação do qual todos somos, senão protagonistas. Parece possível afi rmar que, em linhas gerais, o século XX presenciou, nas sociedades ocidentais, a consolidação da EF na escola sustentada no conhecimento médico-biológico e orientada pela ideia de que sua função principal era a promoção da saúde, articulada discursivamente como uma ideia genérica de educação integral do homem no sentido do desenvolvimento de todas as suas potencialidades (BRACHT; GONZÁLEZ,
2005). Nesse caminho, e de forma mais intensa a partir da metade do século passado, a EF estabeleceu uma relação simbiôntica com o esporte, por meio da qual esse fenômeno, em sua forma institucionalizada, acabou sendo praticamente hegemônico nas aulas de EF. Esse processo, que fi cou conhecido como a esportivização da EF escolar e que foi hegemônico durante várias décadas, passou a ser questionado no transcurso dos anos de 1980 a partir daquilo que fi cou conhecido como movimento renovador da EF brasileira
Particularmente no que respeita ao campo educacional, questionou-se o paradigma de aptidão física e esportiva que sustentava de forma extensiva as práticas pedagógicas da EF nos pátios escolares Assim, essa ruptura com a tradição, do que podemos denominar de o “exercitar para”, colocou à EF (é bom lembrar: a seus protagonistas) a necessidade de reinventar o seu espaço na escola, agora com o caráter de uma disciplina escolar.
Para compreender a especifi cidade da EF escolar, acreditamos ser necessário defi nir a especifi cidade do estabelecimento à qual ela se vincula: a escola. Logo, pensar a responsabilidade social da EF, que pedagogicamente ela deve responder, não pode ser algo desvinculado do caráter desta instituição, relativamente nova na história da humanidade, denominada escola e que tem uma contribuição específi ca nesta tarefa