Entre muros e favelas
O vídeo conta com depoimentos de representantes de ONGs e movimentos sociais, aos quais se somam as emocionantes falas de parentes e amigos de vitimas da violência. Violência esta que tem cor, classe e idade, já que a grande maioria de mortos e feridos são jovens, negros e pobres. O cenário do documentário são as próprias ruas e becos dos morros cariocas, onde residem mais de 20% da população da cidade.
O filme desnuda o papel do Estado, presente nessas localidades apenas através da violência policial, e revela como essa ausência dificulta a organização dessas comunidades e prejudica suas lutas. Mostra que mais recentemente, com o neoliberalismo, o Estado reduz ainda mais os gastos com educação, saúde, saneamento básico e habitação, entre outras de suas funções.
Denuncia ainda o medo e o preconceito difundidos pela mídia em relação aos que moram em favelas, tratados como “classes perigosas”, o que estimula a continuidade dessa verdadeira barbárie. Como diz um dos cartazes que aparece no filme: “Moro em um lugar onde a imprensa só aparece para contar os mortos”.
Entre Muros e Favelas tem, entre outras, a virtude de conseguir politizar a questão da violência, uma denúncia da nossa realidade. É uma imagem da resistência dos que se opõem a esse massacre, especialmente das mães que perderam seus filhos, pois dá voz àqueles que normalmente são calados.
Indicações de Uso:
Entre Muros e Favelas é indicado para aulas de História, Geografia e Cidadania, que tenham como tema o Rio de Janeiro e sua história recente. Desigualdade social e direitos humanos também são temas retratados neste filme indispensável para aqueles que queiram discutir os principais problemas sociais do Brasil atual.
Ficha Técnica:Direção: Suzanne Dzeik,