Ensino Da Ortografia
Aprender a escrever envolve um longo processo ao longo do qual o aprendiz erra ao se arriscar a usar a linguagem escrita – e este é o caminho para que ele a aprenda. Quando se pensa nisso, o erro é concebido de outra forma. Não há dúvida de que o aluno erra porque não sabe. No entanto, se o professor fizer uma análise cuidadosa, pode perceber que há erros e erros, e a natureza dos erros varia. Veja os exemplos a seguir.
Exemplo 1
Ao escrever esta parlenda, o aluno nos mostra que erra porque não domina o sistema de escrita alfabético. Pouco adiantará o professor intervir, corrigindo todas as palavras erradas e todas as letras que faltam, pois o aluno precisa realizar uma construção conceitual. Essa construção é indispensável para que ele domine uma questão básica: o princípio alfabético.
Exemplo 2
O aluno que escreveu este texto já escreve alfabeticamente, mas ainda não domina várias questões:
Não respeitou a separação convencional entre as palavras, pois algumas aparecem emendadas e outras separadas (como em SITRAN PORTAR, para escrever SE TRANSPORTAR).
Há erros devido à transcrição do oral na escrita, ou seja, o aluno escreve como fala (isso ocorre em COMU, SI, ROPA).
Há erros em que, ao contrário, ele ainda não realiza uma análise fonética precisa, omitindo ou invertendo letras (como em TRAN PORTAR, em que omite o S ou GARNDE, em que inverte a ordem de R e A).
Há erros de concordância de número (OS MESMO PODERES) e gênero (A ROUPA PRETO).
Há ainda outros erros, em relação aos quais o professor precisa criar estratégias de ensino que levem o aluno a refletir sobre as regularidades e irregularidades da escrita das palavras.
Levantamento do conhecimento ortográfico
Em vez de considerar os erros como faltas, corrigindo-os um a um, procure olhar para a produção dos alunos como fonte de informação para pautar o planejamento do que ainda precisa ser ensinado. Fazendo isso, é possível prever que, em breve, ao menos