ensaio sobre o enterro prematuro de Edgar Allan poe
São emoções que afetam o homem em seu inconsciente envolvendo- o em conflitos que o afligem de tal maneira que ele pode apenas recorrer a prática de sua imaginação e a instantes transcendentes, refugiando-se em outro tempo. Tal atividade patológica da imaginação torna possível que um medo futuro seja tão ameaçador quanto um já passado, e por isso ela deve ser o centro de suas atenções. Sendo assim a esperança, e sobretudo o medo, adquirem um papel fundamental na construção do personagem principal do conto, no caso o também narrador. O desespero descrito por ele como: “Um sofrimento apático de obscura dor.” são emoções que se originaram a partir de um arranjamento descabido de sua imaginação, atrelada a uma temporalidade irreal dada na imaginação e que está além do presente atual, indo em direção ao passado e por diversas vezes ao futuro.
Tanto a esperança quanto o medo são sentimentos instáveis apresentados pelo narrador em momentos de presunção a um enterro prematuro. Ele aparenta ter imagens de uma coisa futura, porém duvidosa. Ao pensar sobre suas possíveis reações a esse terrífico acontecimento, o medo o faz potencializar sua imaginação o que o proporciona fantasias que ele alimenta através de algumas “precauções” reveladas nas últimas páginas como: “Entre outras coisas, mandei remodelar o jazigo de família, de modo a facilitar o ser prontamente aberto de dentro. A mais leve pressão sobre uma comprida manivela, que avançava bem dentro do túmulo, causaria a abertura dos portais de ferro...” A força com que a imaginação o fornece explicações à mente sobre a realidade atual é a mesma com a qual ela torna presentes as imagens das coisas ilusórias da