Contos fantásticos do século XIX- Ítalo Calvino
O fantástico visionário e o fantástico cotidiano
Organização de Ítalo Calvino
Sumário
9. Introdução — Ítalo Calvino
19. O FANTÁSTICO VISIONÁRIO
Jan Potocki
21. História do demoníaco Pacheco
Joseph von Eichendorff
33. Sortilégio de outono
E. T. A. Hoffmann
49. O Homem de Areia
Walter Scott
83. A história de Willie, o vagabundo
Honoré de Balzac
101. O elixir da longa vida
Philarète Chasles
121. O olho sem pálpebra
Gérard de Nerval
139. A mão encantada
Nathaniel Hawthorne
173. O jovem Goodman Brown
Nikolai V Gogol
187. O nariz
Théophile Gautier
213. A morte amorosa
Prosper Mérimée
241. A Vênus de Ille
Joseph Sheridan Le Fanu
267. O fantasma e o consertador de ossos
277. O FANTÁSTICO COTIDIANO
Edgar Allan Poe
279. O coração denunciador
Hans Christian Andersen
285. A sombra
Charles Dickens
299. O sinaleiro
Ivan S. Turguêniev
313. O sonho
Nikolai S. Leskov
333. O espanta-diabo
Auguste Villiers de l'Isle-Adam
347. É de confundir!
Guy de Maupassant
351. A noite
Vernon Lee
357. Amour Dure
Ambrose Bierce
389. Chickamauga
Jean Lorrain
397. Os buracos da máscara
Robert Louis Stevenson
405. O demônio da garrafa
Henry James
433. Os amigos dos amigos
Rudyard Kipling
461. Os construtores de pontes
Herbert G. Wells
493. Em terra de cego
Introdução
Italo Calvino
O conto fantástico é uma das produções mais características da narrativa do século
XIX e também uma das mais significativas para nós, já que nos diz muitas coisas sobre a interioridade do indivíduo e sobre a simbologia coletiva. A nossa sensibilidade de hoje, o elemento sobrenatural que ocupa o centro desses enredos aparece sempre carregado de sentido, como a irrupção do inconsciente, do reprimido, do esquecido, do que se distanciou de nossa atenção racional. Aí estão a modernidade do fantástico e a razão da volta do seu prestígio em nossa época.
Sentimos que o fantástico diz coisas que se referem diretamente a nós,