A historia do tecnécio
1.1 A busca pelo elemento 43
O elemento 43 sempre intrigou os investigadores e físicos da segunda metade do século XIX. Já desde as primeiras formas da tabela periódica proposta por Dimitrii Mendeleev que existia um gap entre o Molibdénio (número atómico 42) e o Ruténio (número atómico 44). Mendeleev chegou mesmo a prever a existência de um elemento com o número atómico 43, e que este teria propriedades químicas semelhantes ao Manganês (já que se encontrava debaixo deste na tabela periódica), dando-lhe na época o nome de etamanganês. Esta lacuna motivou os investigadores da época na procura deste elemento. A sua localização na tabela indicava que este elemento seria provavelmente mais fácil de encontrar que outros ainda por descobrir. Houveram várias alturas em que se pensou ter descoberto o elemento 43. Em 1828, foi confundido com irídio impuro em cristais de platina, e em 1846 foi confundido com nióbio impuro. Depois, em 1877, Serge Kern afirmou ter descoberto o elemento 43 em cristais de platina, dando-lhe o nome davyum. No entanto, mais tarde apurou-se que este elemento não passava de uma mistura de irídio, ródio e ferro.
1.2 Os passos na descoberta do Tecnécio
Muitas outras “falsas” descobertas foram feitas até ao ano de 1937, quando a descoberta do elemento 43 foi confirmada numa experiência realizada na Universidade de Palermo, na Sicília, conduzida por Carlo Perrier e Emilio Segrè. Para tal, contribuíram três enormes avanços na Física Nuclear, em 1932. Primeiro, a descoberta do neutrão, por James Chadwick, com base no trabalho de Frédéric Joliot e Irène Curie, tornando óbvia a constituição do núcleo por Z prótons e N nêutrons, rodeados por Z elétrons. Depois, a descoberta do pósitron em raios cósmicos por Carl Anderson, que se revelaria muito importante no desenvolvimento da radiação artificial. Por fim, Harold Urey descobriu o deutério , que desempenhou um papel de grande relevo em aceleradores, atuando