Ensaio sobre a cegueira
Uma breve reflexão sobre o filme baseado no livro de José Saramago
O filme Ensaio Sobre a Cegueira relata uma pandemia conhecida com “Cegueira Branca” onde toda a população de uma cidade, exceto a mulher de um oftalmologista, perde a visão nítida das coisas e começa a enxergar tudo como um clarão branco.
O autor, José Saramago, nos desperta sentimentos como revolta, asco e pena para com os personagens da trama, pois demonstra claramente onde pode chegar o nível do instinto e do caráter humano, tanto para o bem, quanto para o mal.
Em seu início, aparece o bom samaritano que se prontifica a auxiliar a primeira vítima,porém esse bom “samaritano” nada mais é do que um ladrão que se aproveita da situação para tirar vantagem de um cego e que após roubá-lo, acaba contraindo o vírus da cegueira e se reencontra com ele no abrigo.
Esse fato me faz refletir em quantas vezes, por maldade, má índole, ou inconscientemente, sendo do próprio instinto humano vil e oportunista, pessoas se beneficiam em alguma situação e depois recebem ajuda das pessoas lesadas em algum determinado momento de suas vidas?
Creio que isso faça parte não só do instinto, mas também da cultura e do contexto vivido naquele momento.
Em um momento de extrema necessidade, onde somente uma pessoa não perde suavisão, ela se entrega de corpo e alma a uma situação de extremos (falta de comida, higiene, tendo que conviver com pessoas que nunca havia tido contato antes) para ficar ao lado do marido e ajudá-lo a conduzir uma situação em que ele ser tornara vulnerável a tudo.
Porem, ele não hesitou em traí-la com outra mulher, a incentivá-la a se entregar sexualmente a outros homens em troca de comida e mesmo assim, sua mulher permaneceu firme e convicta de que não deveria ter escrúpulos na tentativa de salva-lo e ajudar as outras pessoas que ali estavam.
O Filme “Ensaio sobre a cegueira”, de Fernando Meirelles, tem estréia marcada para o dia 12 de