Ensaio sobre a cegueira!

O filme “Ensaio sobre a cegueira” de Fernando Meirelles conta uma história de ficção, em que repentinamente, acontece uma epidemia, em que todos são afetados com perca de visão. Diferente de uma cegueira normal, que existe uma ausência de cor, no filme, segundo o narrador, surge certo tipo cegueira branca, como um clarão, assim considerada como uma ameaça. As pessoas infectadas são colocadas em quarentena, num certo tipo de manicômio abandonado, sendo tratadas como um risco para a sociedade, pelo fato de ser uma doença inexplicável. Apenas uma mulher possui visão, que se submete a cuidar do seu esposo, e das outras pessoas cegas. A partir daí que surgem as questões críticas sobre a ética. O filme de uma forma geral retrata em todo seu contexto, a degradação de uma civilização, aparentemente ameaçada. Toda a população se depara com sentimentos de indefesa e impotência, fazendo com que se aflorem seus “instintos” de sobrevivência. De uma forma agressiva, todos tentam alcançar seu espaço, ou no mínimo conquistar os princípios básicos para sobreviver, como por exemplo, saciar a fome. Tudo se torna cada vez mais crítico, pelo fato de estarem confinados, obrigados a conviverem entre si, mas, assim como numa sociedade com visão, existem pessoas com ganância e sede de poder, a cegueira fez com que isso que expandisse, tornando os indefesos mais indefesos e os maus em perversos. Dentro dos parâmetros da sociedade de hoje, muitas das regras e normas da ética e do respeito ao próximo, foram “burladas” no filme, para retratar a precariedade de uma sociedade sem ponderação. Onde os valores de uma população que possui algum entendimento de princípios, são esquecidos ou incapazes de fazer diferença. Querendo ou não, a nossa realidade às vezes não está muito fora disso, para muitas pessoas, a história fictícia de um filme, retrata seu cotidiano, e nós nos fazemos de cegos. Todo e qualquer ser humano, independente de raça, cor e religião, deve parar e tirar a venda