Cartesianismo ou Superficialidade
Observando com mais atenção o método de René Descartes, e como ele surgiu na sociedade, percebemos como existe na concepção de sua doutrina, o cartesianismo, uma forte influencia da época, ela surge como uma explicação das mudanças que ocorriam no século, com uma particularidade de não atingir nem o clero nem a burguesia, com isso Descart não se indispunha com ninguém, fazendo com certeza, a sua doutrina ser aceita e utilizada até hoje.
Agora, em nossos dias, ainda temos entranhado em nossas ações, o cartesianismo. Queremos tudo certo, matematicamente correto e preciso, queremos o resultado sem se reportar a sua origem, não observamos ou não temos em conta o nascedouro dos problemas, observamos de cima julgando, descriminando. Não conseguimos olhar com mais profundidade os fenômenos que ocorrem em nossa volta, dirá olharmos para dentro de nós mesmos analisando com mais acuidade os descaminhos e caminhos que tomamos, resultando no que nos tornamos hoje. Olhar para trás sem deixar de ver o que está na frente, nem o que está ao lado, com certeza poderíamos nos ver bem melhor, por que nossa vida não é feita de fórmulas infalíveis, onde as enumeras influencias podem ser ignoradas, para que o resultado seja sempre o que esperamos. Com freqüência nos decepcionamos com as pessoas, por esperarmos algo que ela não tenha, porque só margeamos a superficialidade. Será que a realidade está tão longe de nossos braços? Ela é inatingível, ou os nossos olhos não querem ver? Ou talvez tenhamos nos formado assim e assim continuamos? Talvez seja forte chamar todo mundo de alienado, como se a verdade estivesse nas mãos de alguém ou em alguma fórmula precisa, mas a herança cartesiana nubla a nossa percepção, e não colocamos o nosso pensamento como força motriz, a interagir constantemente com a realidade, com a força que todos temos de realizar.
Gustavo Henrique de Lucena.