Engenheiros na Pesquisa Cientifica
Artigo de Mario Neto Borges*, publicado no site do Confap. *Mario Neto Borges é engenheiro e presidente da Fapemig e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).
Estamos vivenciando o século do conhecimento, e este tem sido o insumo decisivo da competição entre os países nos últimos anos. Não se trata do conhecimento acadêmico, burocrático, tradicional, apenas das bibliotecas, mas sim aquele que, gerado nas Universidades e centros de saber, se torna um elo da corrente do desenvolvimento integral, disponibilizado para benefício e usufruto da sociedade. O Brasil tem mostrado competência para gerar conhecimento no País. Isso é atestado pelos indicadores científicos de produção de artigos, em periódicos indexados. Hoje o Brasil é responsável por 2,7% da produção mundial. Agora é preciso levar este conhecimento para a iniciativa privada, avançar na inovação - a transformação desses índices de produção científica, em elementos de desenvolvimento tecnológico. Qualquer país desenvolvido, econômica e socialmente, só o é quando tem uma sólida e robusta plataforma não só científica, mas também tecnológica. A tecnologia e a inovação se dão majoritariamente nas empresas - isso é o que tem nos ensinado os países desenvolvidos e os emergentes que vêm nos superando com economias mais robustas. Portanto, é preciso alavancar a indústria nacional, motivá-la a fazer inovação, a desenvolver tecnologias próprias ao invés de comprar pacotes tecnológicos. Um elemento primordial de aceleração deste processo é a alocação de engenheiros e pesquisadores nas empresas, especialmente às médias e pequenas que, sem esse incentivo, estão fadadas a desaparecer na feroz competição internacional. É hoje consenso no País a necessidade, em quantidade e qualidade, do profissional da engenharia. Esse é o profissional capaz de transformar os crescentes conhecimentos científicos e tecnológicos em produtos e processos inovadores úteis