resumo do livro a formação do engenheiro inovador
As competências reais exigidas passavam mais pelo domínio de uma determinada linguagem técnica (mas não de sua aplicação) e pela capacidade de adaptação à empresa, do que pelo domínio técnico-instrumental da área de formação. Isso fazia com que o incipiente setor industrial da época não distinguisse uma formação técnica especializada de uma formação livresca e superficial, sendo mais sensível à origem social dos candidatos a emprego (em geral refletida na escola de origem, é preciso dizer)38.
Outro papel social anômalo, próprio a sociedades autoritárias onde as profissões são concedidas pelo estado a partir de imposições legais, é o de responsável legal por projetos ou operações. Para este papel é irrelevante a capacitação técnica, sendo importante apenas o diploma obtido em um curso credenciado conforme a lei e o registro do diploma na corporação legalmente compulsória (no Brasil, o sistema CONFEA/CREAs).
Os professores das escolas de engenharia costumavam ser estes mesmos engenheiros, ministrando aulas durante intervalos no seu trabalho.
Apesar de todo o progresso do ensino da engenharia no país ocorrido a partir daí – na análise dos projetos REENGE não encontramos um único programa de estágio supervisionado academicamente pela escola, embora houvesse exigência formal de estágios supervisionados desde a década de 70. Só encontramos estágios com supervisão acadêmica nos laboratórios de pesquisa, associado a bolsas de iniciação científica (o que permite medir sua pequena extensão).
Somadas à freqüente utilização de livros texto tradicionais norte-americanos centrados na "instrução programada" (como os da Coleção Schaum, sem utilização efetiva da da física e matemática ensinadas no início dos cursos), estas características indicavam a formação, de fato, de um "engenheiro bacharel", termo muito