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Em síntese: O artigo percorre a história das relações da Igreja com a Maçonaria, pondo em evidência a razão principal da incompatibilidade entre aquela e esta: a Maçonaria, oriunda no século XVIII em Londres, apregoa o relativismo frente a Religião – o que redunda em detrimento da Verdade. Tal relativismo tornou-se hostilidade na França do século passado, quando a Grande Loja cancelou as suas referências ao Grande Arquiteto do Universo. Essa atitude avessa à Igreja provocou no Brasil a chamada “Questão Religiosa’ sob o Imperador D. Pedro II, tendo como vítimas encarceradas os Bispos D. Frei Vital, de Olinda (PE), e D. Macedo Costa, de Belém (PA). Aliás, em toda a América Latina a Maçonaria exerceu influência fortemente negativa sobre a Religião, cerceando-a de vários modos. É por isto que em 1983, por ocasião da promulgação do novo Código de Direito Canônico, a Igreja mais uma vez desde 1738, declarou a incompatibilidade, afirmando estar excluído dos sacramentos o católico que se filie à Maçonaria. As tentativas de diálogo e conciliação havidas nos últimos decênios apenas contribuíram para evidenciar a inconciliabilidade entre Igreja e Maçonaria. Acompanhando a Igreja Católica, outras confissões cristãs (até mesmo a Comunhão Anglicana, da Inglaterra, país onde a Maçonaria é forte) têm-se mostrado reservadas ou mesmo avessas às Lojas Maçônicas; o relativismo doutrinário e o caráter secreto das mesmas não se coadunam com a mensagem do Cristianismo.
Visto que a Maçonaria continua presente na vida da população brasileira, a nossa revista publica um artigo do Pe. Jesus Hortal S. J., eminente canonista, que evidencia o porquê da incompatibilidade entre Catolicismo e Maçonaria. – Ao Pe. Hortal seja aqui registrada a gratidão de PR pela autorização para publicar o seu valioso artigo, cujo texto se segue.
1. Uma condenação que passou para a História
No dia 28 de abril de 1738, o Papa Clemente XII promulgou a Bula In eminenti apostolatus specula.