OS EDUCADORES E A ORGANIZAÇÃO DO ENSINO EM CICLOS NA REDE MUNICIPAL DE SÃO PAULO (1992-2001) JACOMINI, Márcia Aparecida – FTS GT: Educação Fundamental /n.13 Agência Financiadora: CAPES Introdução A Educação Básica para toda a população de um país, direito que deve ser assegurado pelo Estado por meio do ensino público e gratuito, é um dos mais importantes pilares para a construção de uma sociedade democrática na qual todos, homens e mulheres, possam exercer o direito à cidadania. Pensar uma educação para todos implica, necessariamente, refletir sobre o respeito imprescindível às diferenças que constituem a formação de cada indivíduo e, portanto, pensar num sistema educacional que acolha essas diferenças e não as utilize como forma de exclusão escolar e social. O desenvolvimento e a aprendizagem das crianças e adolescentes, embora componham um padrão, são resultados da combinação variáveis de um amplo espectro de fatores que são básicos na formação deles. A variabilidade desses fatores é dada pela especificidade de cada indivíduo no seu processo de desenvolvimento e de aprendizagem. Isso explica, em parte, por que se encontram crianças e adolescentes que necessitam de tempos, metodologias e conteúdos diferenciados e correspondentes às suas especificidades, para que possam realizar determinada aprendizagem. Essas variações, que retiram essas crianças de uma hipotética curva média da relação de ensino e de aprendizagem, geralmente, são entendidas pela escola, e pelo sistema educacional, como “déficit”. Esse déficit é classificado em distintas modalidades: cognitivo, afetivo, social, entre outros, e a resposta que a escola oferece a tal situação se inscreve na ordem da exclusão por incapacidade. É com base num padrão de ensino e de aprendizagem determinado historicamente, que tende a não refletir a realidade sobre a qual opera, que os professores, ao final de cada ano letivo, decidem sobre a promoção ou a retenção de milhares de crianças e de adolescentes. Esse padrão