Engenharia
Eng. Ivan Gilberto Sandoval Falleiros
Prof. Dr., Diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
A criação das universidades foi centrada em escolas de leis (e humanidades) e de medicina, a partir de Bologna e Paris, no século XII. As primeiras escolas de engenharia surgiram, na França, no século XVIII, como escolas isoladas, desvinculadas das universidades. Tais escolas foram a
École des Ponts et Chaussés (1747), a École des Mines (1783) e a École Polytechnique (1794). O que caracterizou esta época, possibilitando a formação de escolas de engenharia, foi o aprimoramento de uma base teórica de mecânica geral e mecânica de materiais, sobre a qual sistematizaram-se várias técnicas de engenharia.
Esta história vai a favor da importância da formação teórica, científica, básica, para o engenheiro; enquanto a profissão era puramente baseada em conhecimentos passados, sem os respectivos fundamentos, de mestres para aprendizes, não houve escolas de engenharia.
AS ÚLTIMAS DÉCADAS, NO BRASIL
O engenheiro em atividade no Brasil até meados da década de 1950 era principalmente de construção civil. A partir da industrialização, em especial da formação da indústria automobilística e da respectiva cadeia de produção, começa a associar-se a imagem do engenheiro com o trabalho industrial. Ele provavelmente faria uma carreira dentro de uma organização, tornando-se administrador depois de dez ou quinze anos. Neste tempo era importante para o formando uma grande cultura técnica, que era usada imediatamente pelo recém-formado e permanecia atual por muito tempo.
Nas décadas de 70 e 80 as crises começaram a forçar que as organizações se tornassem mais leves, seja por processos de fusão e compra, seja por processos internos, de racionalização, de automação e de controle computadorizado. Qualquer que fosse a especialização na formatura o engenheiro começava a sentir necessidade adicionar à sua bagagem técnica os conhecimentos