Energia
aspectos de inserção, tecnologia e competitividade
Elbia Melo
A
Apresentação
energia eólica tem experimentado um exponencial e virtuoso crescimento no Brasil. De 2009 a 2012, nos seis leilões onde a fonte eólica participou, foram contratados 7 GW em novos projetos. Tais projetos elevarão o volume de instalações de energia eólica no país para mais de 8,4 GW até 2017, 3,5 vezes maior do que a capacidade atual, e atrairá mais de 21 bilhões de reais em investimentos.
Com a primeira inserção da fonte em leilões competitivos a partir de 2009, o ano 2011 foi marcado pela consolidação da energia eólica na matriz energética brasileira, considerando a expressiva contratação nos leilões ocorridos naquele ano, 2.905 MW no total. Tal montante foi muito superior aos 2 GW esperados para que a indústria mantenha, de forma sustentável, sua cadeia produtiva. Além disso, ao atingir o patamar médio de preços de R$ 100,00/MWh, a eólica se firmou como a segunda fonte mais competitiva do país.
Fatores estruturais somados a uma conjuntura favorável explicam a trajetória virtuosa da energia eólica no Brasil. Essa trajetória teve início com o
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).
Lançado em 2004 e baseado em um estruturado modelo de financiamento e políticas regionais, o Proinfa foi responsável pela contratação de 1.422,9 MW, por meio de preços subsidiados. Tal política, com a sua maturação, elevou o país a um patamar ímpar, em que se contratam, atualmente, energias renováveis não convencionais, sem necessidade de subsídios, como as tarifas feed-in, utilizadas pelos demais países que investem nessa fonte.
A trajetória tecnológica, principal fator de competitividade dessa indústria, o aumento na altura dos aerogeradores, de 50 m para 100 m, o diâmetro das pás e dos rotores, somados a especificidades dos ventos brasileiros nos permitem uma vantagem comparativa única. Soma-se a isso uma