Endomarketing natura
Assistindo à primorosa adaptação cinematográfica do best-seller “O Perfume”, percebi a importância de uma ação de endomarketing promovida no início da década de 1990 por uma empresa de cosméticos a Natura. Naquela época, na prática corporativa e em empresas nacionais, o assunto ainda era muito novo. Tratava-se então de uma estratégia arrojada, adotada prioritariamente por empresas bem estruturadas e capitalizadas, dado seu aspecto conceitual inovador e que dependia de algum preparo interno dos colaboradores para se envolverem e desfrutarem de fato da proposta do endomarketing.
O conceito de endomarketing, como praticamente todas as pessoas hoje ligadas à área de marketing devem conhecer, pode ser sintetizado como o conjunto de ações de marketing voltadas ao público interno de uma empresa. Dentre os vários benefícios e objetivos possíveis, podemos destacar o de que um determinado produto seja primeiramente “comprado” dentro da empresa, para então ser lançado no mercado com o respaldo decorrente da aprovação e envolvimento dos colaboradores internos no “nascimento” desse produto.
Uma executiva da gerência de produtos ousou inovar na estratégia de lançamento de perfumaria ao adotar o endomarketing como processo prévio ao lançamento de campo. Ela resolveu agregar um bloco de capacitação “técnico-conceitual” às reuniões de vendas que acontecem a cada três semanas, antecedendo a abertura das Campanhas de Venda. Nesse bloco das reuniões foram introduzidos assuntos até então jamais discutidos com as equipes comerciais (promotoras e gerentes de vendas), como, por exemplo, harmonia de cores para maquiagem, conceito de família olfativa e notas de saída, corpo e fundo em perfumaria (especificamente, o que o filme me fez recordar...). Para isso, se estruturou todo um novo fluxo no processo, o que em venda direta se torna muito mais desafiador, pois obriga que seja prevista a complicada incorporação do cronograma da área comercial na