Emoções
EPISTEMOLÓGICO
André Vieira dos Santos
Doutorando em Ciências Biológicas (Modalidade Fisiologia)
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho
Centro de Ciências da Saúde - UFRJ
Laboratório Integrado de Pesquisa do Estresse (LINPES)
Instituto de Psiquiatria (IPUB) – UFRJ andre.asvieira@gmail.com INTRODUÇÃO
O que é a emoção? Como medí-la? Notória e recorrente são essas perguntas entre os pesquisadores, sendo assim é preciso refletir sobre esse constante retorno aos problemas concernentes à sua definição. A necessidade da reflexão é oriunda da miríade de questões não resolvidas e ausência de novos problemas de pesquisa, sendo a investigação deste fenômeno psicológico caracterizada por infindos recomeços.
No percurso da tarefa de conceituação e definição operatória psicométrica1, a partir dos problemas fundamentais de pesquisa supracitados, há duas atitudes de espírito que se expressam como maneiras de rechaçar tais problemas: pode-se simplesmente respondê-los através da simples aceitação de que existem várias abordagens, escolhendo a que mais convém; ou meramente admitir a complexidade do fenômeno em questão, impedindo, portanto a possibilidade de conhecer cientificamente a emoção humana. Preferimos evitar estas opções inquirindo, através de uma revisão da literatura referente ao tema, as diferentes maneiras de se conceituar e operacionalizar tal constructo a fim de expormos o problema da definição da emoção.
Realizar-se-á um exame epistemológico atentando para os postulados, ou seja, princípios que são tomados como indiscutíveis na formulação tanto do conceito quanto das definições operatórias.
Ver-se-á que ambos dependem de uma concepção de mente sobre a qual incidirá os instrumentos científicos. Estes, por sua vez determinam a condição experimental e, portanto, a disposição dos estímulos e do participante da pesquisa.
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CONCEITO E DEFINIÇÃO OPERATÓRIA DE EMOÇÃO
A psicologia experimental e a