embolia gasosa
A embolia gasosa pode apresentar-se nos condutos arteriais, situação em que o gás obstrui o fluxo sanguíneo em nível arteriolar, culminando em evento isquêmico, ou venosos, onde o gás obstrui a circulação pulmonar1. A primeira apresentação é potencialmente fatal quando ocorre no miocárdio e cérebro, tecidos sensíveis à hipóxia1,12-15. Por outro lado, a segunda apresentação subdivide-se em massivo, com obstrução do tronco pulmonar e taxa de infusão de gás elevada, e pulmonar, com obstrução da microcirculação do pulmão e taxa de infusão baixa6. FISIOPATOLOGIA
Embolia Gasosa Arterial
A embolização distal de artérias que nutrem a musculatura esquelética ou vísceras com rica rede vascular é bem tolerada, quando comparados à embolização coronária ou cerebral1,14,15. Dessa forma, pode-se descrever a fisiopatologia do evento arterial em coronário e cerebral.
Embolia Gasosa Arterial Coronária
A isquemia miocárdica temporária, períodos curtos de crise hipertensiva (> 5 minutos) e fibrilação ventricular foram observados por Durant e col.15. Em experimento com cães, van Blankenstein e col, estudaram o embolismo coronário por injeção de ar, evidenciando depressão cardíaca, com mortalidade de 28% para uma dose de 0,02 mL.kg16. Êmbolos com volume de 2 µL não desencadearam alterações hemodinâmicas, mas alterações significativas foram observadas na contração sistólica, sugerindo isquemia silenciosa.
Embolia Gasosa Arterial Cerebral
As repercussões do evento embólico cerebral é proporcional ao diâmetro do êmbolo. Para diâmetros inferiores a 250 µm existe lesão do endotélio vascular e ruptura da barreira hemato-encefálica, com absorção do gás pelo tecido. A isquemia tecidual é temporária com lesão cerebral mínima17.
Por outro lado, êmbolos de diâmetro maior possuem mecanismos diferentes. A oclusão é temporária, com subseqüente normalização do fluxo, porém este evento também é temporário. A explicação para isso é a lenta absorção dos êmbolos de maior