emancipaçao
Este artigo parte do pressuposto que as mulheres estiveram na linha da frente das batalhas legais pelo direito à liberdade e pelo fim da escravatura. O artigo refere, em primeiro lugar, que processo de abolição da escravatura, quer em Cuba, quer no Brasil, foi moldado pelas leis do “ventre livre” que, conjuntamente com outras leis, criaram novas oportunidades para as mulheres fazerem reivindicações legais de liberdade, com base na maternidade. Esta situação teve um impacto também no estrangeiro e provocou respostas de apoio emotivas à luta contra a escravatura, justificadas por este conceito de amor maternal.
Em segundo lugar, a luta das antigas mães-escravas e das mulheres em geral foi também marcada pela experiência, peso social, económico e cultural que estas mulheres detinham na vida destas duas cidades portuárias em dois países distintos. Almejando ir além das suas pretensões individuais, estas mulheres lutaram pela liberdade coletiva num contexto de proximidade e ajuda mútua.
Apesar das diferenças entre as duas cidades, as semelhanças da luta das mulheres pela abolição da escravatura e pela emancipação são extremamente significativas.
O artigo começa por relatar histórias particulares de mulheres em Havana e no Rio de Janeiro em 1883 e descreve pormenorizadamente as suas ações na luta pela abolição da escravatura, explicitando o papel crucial destas mulheres neste processo, embora o mesmo seja muito ignorado pela história em geral.
O desenvolvimento do artigo é feito através de uma visão descritiva e comparativa da luta das mulheres em Havana e no Rio de Janeiro ao longo destas duas décadas. Descreve-se a gradual abolição da escravatura em