Elabora o de sintese sobre document rio
No documentário além de demonstrar a ineficácia e a precariedade do nosso sistema prisional, ainda retrata, de maneira bem marcante, a postura do nosso magistrado, que por diversas vezes ignora os direitos dos acusados, nos fazendo refletir onde está o Estado Democrático de Direito.
A igualdade tripartite do processo, em que todos são iguais perante a lei, é esquecida no momento em que o réu é previamente condenado socialmente, se senta perante o juiz, autoridade máxima, que possuí o poder de condenar e dar a liberdade. Os tons de voz contrastante, assim como a forma como se comportam os juízes de cabeça erguida, olhar frio e tom de voz elevado, enquanto o réu de cabeça baixa, encolhido e de fala mansa deixam claro a inexistência desse tratamento igualitário entre os papéis exercidos pelas partes, em que as consequências produzem extensos efeitos na vida real. O temor do autoritarismo judiciário, através da figura do juiz, atinge inclusive as testemunhas, o que é exibido claramente no documentário.
A inexistência do direito fica clara em uma das cenas em que o réu nega, perante a juíza, todas as acusações a ele imputadas, porém confessa a defensora pública que é culpado. Essa cena demonstra dois pontos críticos do sistema punitivo, o direito de mentir do réu, que prejudica a busca por uma real justiça e a conduta antiética da defensora, que mesmo sabendo da culpa do réu, busca a sua liberdade, utilizando para justificativa perante a sociedade.
Diante disso, tendo em vista que o sistema punitivo é um retrato da sociedade, uma reforma no sistema judiciário nacional passa por uma complexa alteração social. De nada adianta exigir a aplicação de uma justiça restaurativa e um tratamento humanitário pelo Estado se continuarmos, como corpo social, sendo preconceituosos e tratando com indiferença os que já estão à margem da sociedade. O alvo da lei penal no Brasil é o pobre, pois se pegarmos dados estatístico, somente os