Egoismo Psicologico
5.1. Será o altruísmo possível?
As pessoas se ajudam, isso é um fato. Algumas, inclusive, fazem muito pelos outros. Podemos pensar em Raoul Wallemberg, um homem que, sem necessidade, colocou sua vida em risco para salvar judeus na Segunda Grande Guerra. Mas será que podemos dizer que a sua atitude foi verdadeiramente altruísta? O egoísmo psicológico defende todas as ações humanas são egoístas, apesar de algumas parecerem altruístas.
5.2. A estratégia da reinterpretação dos motivos
Se olharmos com mais atenção para as ações das pessoas, perceberemos que elas são sempre motivadas pela realização de algum bem para aquele que a realiza. Wallemberg, por exemplo, pode ter ajudado os judeus para se sentir um herói. Madre Tereza pode ter se sacrificado pelos pobres de Calcutá para ser recompensada no Céu.
Thomas Hobbes acreditava nisso. Para provar sua tese, procurou catalogar os tipos centrais de comportamentos classificados como altruístas e os reclassificar em termos egoístas. Disse que a caridade é realizada pelas pessoas com o intuito de se sentirem poderosas, que a piedade tem relação com a confiança de que, em eventuais calamidades futuras, alguém fará o mesmo.
Contudo, isso apenas mostra que as ações podem ser interpretadas assim, não que essa interpretação é correta. Dito de outro modo, isso apenas mostra que o egoísmo psicológico é possível.
5.3. Dois argumentos a favor do egoísmo psicológico
Poderíamos tentar fundamentar o egoísmo psicológico dizendo que não há virtude nas ações de pessoas como Wallenberg, pois ele fez simplesmente o que desejava fazer. Contudo, essa tese pode ser objetada de dois modos. Em primeiro lugar, parece que nem sempre fazemos o que desejamos. Às vezes fazemos coisas que julgamos que devemos fazer, mesmo sem desejá-la. Por exemplo, podemos ter prometido uma visita a um amigo, mas pode ter surgido um outro programa que nos agrada mais naquele momento. Ainda assim, podemos achar que devemos fazer a