educação
Contemporânea. v.3, n. 5, p.141 - 143, 2006.
Resenha do livro
MÉSZÁROS, István. A Educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2005, 78p.
Por Neise Deluiz e Victor Novicki
O presente ensaio foi escrito pelo filósofo húngaro István Mészáros para a conferência de abertura do Fórum Mundial de Educação, realizado em Porto Alegre, em 2004. A idéia central do texto é a de que sob a ótica das relações sociais capitalistas a educação permanece dentro dos limites da perpetuação do domínio do capital como modo de reprodução social metabólica. Por isso torna-se necessário romper com a lógica do capital se quisermos contemplar a criação de uma ordem social qualitativamente diferente e uma práxis educativa emancipatória.
O livro de Mészáros traz no Prefácio os comentários de Emir Sader e na contra-capa os de
Gaudêncio Frigotto, e está constituído por quatro seções. Na primeira, denominada “A incorrigível lógica do capital e seu impacto sobre a educação” o autor argumenta que os processos educacionais e os processos sociais mais abrangentes de reprodução estão intimamente relacionados, sendo inconcebível, portanto, uma reformulação significativa da educação sem a transformação do quadro social no qual as práticas educacionais da sociedade devem cumprir suas vitais e históricas funções de mudança. A razão para o fracasso de todos os esforços de transformação na sociedade por meio de reformas educacionais consiste, segundo o autor, no fato de que as determinações fundamentais do sistema capital serem irreformáveis. Nesse sentido, apresenta como exemplo as concepções do economista político Adam Smith e do reformador social e educacional utópico Robert Owen, para ilustrar os limites objetivos e intransponíveis de uma alternativa educacional significativamente diferente dentro da lógica do capital.
Smith, apesar do seu profundo compromisso com o modo capitalista