Educação
Percebe-se que em seu trabalho diário com os alunos, os professores deparam-se constantemente com pequenos conflitos, desavenças e crises repentinas. Diante desses conflitos ou de um "mau comportamento" da criança, mostram-se inseguros, não sabendo quais são as condutas mais adequadas para lidar com o problema. Não querem repetir um modelo de educação autoritária que receberam, porém não sabem como colocar os parâmetros, ficando muitas vezes sem ação diante de um comportamento indesejável da criança. Desse modo, acabam desembocando num outro extremo que é a permissividade ou o espontaneísmo, dando larga margem de liberdade às crianças. Qualquer tentativa de restrição ou de limite é vista como um ataque à liberdade, privacidade ou espontaneidade. Há o medo de traumatizar. É a visão de que as crianças são naturalmente puras e boas e os adultos devem deixar que isso aflore naturalmente, como se elas fossem, com o tempo, se autogerindo. Estão formando pequenos "tiranos", futuros jovens e adultos que não levam em conta as pessoas, as leis e regras em consideração, nem mesmo os sentimentos (a não ser o deles próprios é claro).
O desenvolvimento da autonomia moral é uma meta importante para a educação, e a escola de educação infantil constitui local adequado para o desenvolvimento das diversas relações de colaboração e cooperação. Piaget (1967) assinala que, "se para aprender matemática, química ou gramática é necessário realizar experimentos e analisar textos, para aprender a viver em grupo é necessário ter experiências de vida em comum". De acordo com esse ponto de vista, a igualdade, por exemplo, não se pode aprender com lições ou teorias sobre o assunto, mas experienciando relações de igualdade.
Importante destacar que desenvolvimento moral denomina-se o desenvolvimento dos sentimentos, das crenças, valores e princípios. Segundo Jean Piaget, "toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de