Educação
C omo cenário específico da nossa prática educativa, escolhemos uma Escola do 1º Ano do Ensino Básico do distrito do Porto. A turma em estudo é composta por crianças em idade escolar 6/7 anos, com realidades familiares heterogéneas, cujas famílias cumprem mal ou não cumprem o seu papel socializador, onde os fatores sociais de união são débeis com os valores éticos postos em segundo plano, face ao imediatismo e/ou apatia. A família é um contexto de socialização que proporciona à criança experiências fundamentais na formação de vínculos, na construção de afetos e na apropriação de conhecimentos socioculturais que fornecem reflexos no progresso do pensamento. Com isto, tentámos compreender as características e aptidões das crianças e deparámo-nos com problemas reais de intolerância, violência e deterioração ambiental.
É na idade escolar que as crianças desenvolvem um grande conhecimento sobre si próprias, sobre os sobre acontecimentos, seus parceiros sociais, sobre a instituição e a cultura do grupo social. Piaget “situa o processo de desenvolvimento no contexto das relações interpessoais: as relações de reciprocidade cooperação e de discussão entre pares criam um contexto favorável ao desenvolvimento de uma moral autónoma e de um pensamento racional” (cap_4_1Uab pág. 299). A teoria social cognitiva é facilmente indicada para aplicações sociais, pois especifica determinantes modificáveis e a maneira como estes devem ser estruturados, com base nos mecanismos pelos quais operam.
Feito o retrato da turma, sentimos a necessidade de colocar a pedagogia ao serviço das metas educacionais, de forma a permitir o equilíbrio entre o sujeito cognoscente e o sujeito social, consciente, equilibrado. Elaborou-se uma proposta pedagógica comprometida com a diversidade dos alunos, demos voz às crianças duma turma que privilegiava menos a escola. Ficámos mais atentos ao trabalho em consonância com os conhecimentos, valores, maneiras de ser e estar no mundo