educação
O movimento que deu origem a esse ideal formativo não se separa da renovação artística e cultural do Renascimento Italiano dos séculos 14 e 15 e também representa uma significativa ruptura com a herança escolástica. Não no sentido por vezes difundido de que teria havido uma radical substituição dos conteúdos curriculares ou dos métodos de ensino. A ruptura, mais profunda, ocorre na própria concepção do significado social da educação e em seus fundamentos. O ensino escolástico, de grande importância para o estabelecimento de instituições e práticas escolares, sempre se desenvolveu sob o signo de uma verdade transcendente da qual a Igreja era depositária. Nesse sentido, não era seu objetivo a formação de um sujeito capaz de autodeterminação, seja no plano de sua consciência ou em sua relação com o mundo.
Por outro lado, o ensino escolástico moldou-se com o desígnio de oferecer uma formação específica dentro de um quadro de especialistas e profissionais, como no caso dos estudos em teologia, direito ou medicina. Para o humanismo, ao contrário, a educação não deveria se limitar aos saberes necessários para um exercício profissional específico. Uma de suas grandes contribuições foi justamente a noção, até então desconhecida, de 'cultura geral', concebida como um saber cujo sentido formativo não se confundia com qualquer aplicação imediata.