Educação
Desde a crise capitalista da década de 1970, que marcou uma profunda mudança nos Estados de Bem-Estar Social houve uma ressignificação do valor da educação escolar no contexto econômico, sendo a partir daí apontada como o caminho a ser trilhado para reduzir as desigualdades que a promessa integradora da universalização dos direitos econômicos e sociais, não conseguiu cumprir (IANNI apud LOMBARDI et al., 2002).
Aumentou a ênfase em torno do discurso pró-educação escolar salvacionista, ou seja, já inferido a idéia da necessidade de estudar para trabalhar, o discurso é ‘estude! A sociedade do conhecimento – o mercado - está cheio das melhores oportunidades para quem domina certos conhecimentos’. Entretanto, esse discurso não se repete na realidade, e mesmo se fosse verdadeiro, haveria as melhores oportunidades para todos que dominassem o conhecimento sobre determinado assunto? E só para estes? E os outros?
A educação escolar que serve a este discurso como salvadora traz enraizada em sua concepção estrutural e pedagógica um padrão excludente, marginalizador e alienante. Excludente, porque não oferece estrutura e oportunidade de aprendizagem para todos, não respeita o tempo de aprendizagem em detrimento do cumprimento do cronograma dos conteúdos, não se preocupa com processo de apropriação e geração do conhecimento. Marginalizador, porque estigmatiza os alunos que não atingem os resultados esperados. Alienante, porque o aluno não tem controle sobre o conteúdo, sua aplicação e utilização:
Estes modos próprios de uma educação dos subalternos têm teor político de que pouco se suspeita. Assim como a educação do sistema dominante possui um valor político dos serviços que presta aos que a controlam, enquanto ensina desigualmente aos que a recebem, assim também as formas próprias de educação do povo servem a ele como redes de resistência a uma plena invasão da educação e do saber “de fora da classe”. (BRANDÃO,