Educação para o Trabalho
Uma educação para o trabalho
Na unidade anterior vimos porque o trabalho acabou ocupando uma posição de prestígio na sociedade contemporânea. Foi através da valorização do trabalho, que a lógica capitalista se impôs, passando a apresentar o trabalho como uma suposta forma de ascensão e libertação. A preocupação com a produção e o lucro passou a dar o tom de uma nova mentalidade que se construiu. Mas qual foi a participação da educação nesse processo?
Não existe sociedade sem prática educativa, pois cada sociedade precisa cuidar da formação de seus indivíduos, em consonância com seus padrões éticos e morais estabelecidos. Como diria o pesquisador francês Bernard Charlot, a educação corresponde a um triplo processo de humanização, socialização e singularização, pois não há ser humano que não seja social e singular. Continuando a seguir o pensamento de Bernard Charlot, poderíamos dizer que o ser humano se humaniza apropriando-se apenas de uma parte do patrimônio humano, a que o faz se tornar um ser de uma determinada época, sociedade e grupo social. Nesse sentido, as relações que se estabelecem entre os homens criam padrões de comportamento, saberes e memórias que são transmitidos e retransmitidos ás gerações seguintes. Portanto, educação é uma prática social, em que a sociedade cuida da formação de seus indivíduos.
De acordo com o historiador francês Fernand Braudel, "a história é filha de seu tempo", pois o historiador é um homem social e historicamente localizado, sujeito a todas as influências e contradições de seu tempo. Se poderia dizer o mesmo da educação, também ela não deixa de ser uma filha de seu tempo, portanto, também sujeita a todas as circunstâncias e interesses que a cercam. Sendo então, o processo educativo, sempre contextualizado e determinado social e politicamente.
É necessário, portanto, pensar a educação como parte de um contexto, mas também como reflexo dos processos históricos que a precederam. Nesse sentido, podemos começar por