educação no campo
AS RELAÇÕES DO CAMPO PERMEANDO A ESCOLA RURAL: UM ESTUDO DE
CASO NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL CÂNDIDA SILVEIRA
HAUBMAN – TEMPO INTEGRAL – DISTRITO DE PEDREIRAS, AIROSA GALVÃO,
ARROIO GRANDE/RS.
Lucas, Rosa Elane Antória1
INTRODUÇÃO
A formação do capitalismo no Brasil, principalmente no campo, acontece em duas direções: de um lado, a produção, que se reestrutura nas rugosidades do sistema escravista-colonial, na forma das grandes empresas que, geralmente, ocupam grandes extensões de terra com uma agricultura especificamente capitalista baseada no trabalho assalariado e nos arrendamentos; de outro, a pequena propriedade ou posse camponesa, onde pequenos cultivadores trabalham e produzem com um grau variável de mercantilização.
O modelo agrícola, altamente dependente da tecnologia industrializada, e a produção de culturas de exportação, fornecedora de matéria prima para o processamento industrial, determinaram uma reordenação da educação em âmbito nacional. O processo de divisão social do trabalho e a introdução de tecnologia encontraram, na estrutura escolar (através de portarias, decretos e legislações), um campo aberto para a expansão do capitalismo através da separação “[...] entre o saber e a cultura, o intelectual e o manual, a teoria e a prática, o poder e o trabalho, a educação e a produção [...]”. (FIORI, 1991, p.89-90). Esse processo promoveu a separação entre a produção e o consumo, viabilizando a diminuição do valor de reprodução da força de trabalho da educação e permitindo a venda do trabalho educativo, independentemente do contato professor e aluno. Também viabilizou a exploração do trabalho na forma de mais-valia, de produção em escala, caracterizando, assim, novas formas de relações de produção na educação.
O modelo brasileiro de educação apresenta um paradigma rural tradicional, pois os projetos construíram um tipo de escola no campo e