educação inclusiva
Diante de estratégias mobilizadas a partir do imperativo da inclusão, a educação de surdos deixa de ser uma exclusividade do campo da Educação Especial e se torna um elemento a ser pensado pela escola regular. Devido à diferença linguística dos surdos, estes passam a ter sua educação regulada por um processo de tradução da comunicação estabelecida no espaço escolar. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é problematizar a relação entre a tradução de/para língua de sinais e as práticas de avaliação que acontecem no contexto da inclusão escolar de surdos. Para tanto, foi realizada uma análise em dois blocos de materiais de pesquisa: o primeiro constitui 48 questionários respondidos por intérpretes de língua de sinais que atuam ou já atuaram na escola regular; o segundo bloco compreende 453 questionários respondidos por professores que trabalham ou já trabalharam com alunos incluídos. A problematização está fundamentada em autoras dos Estudos de Tradução em Língua de Sinais tais como Pereira (2008) e Quadros (2004), bem como em autoras dos Estudos Surdos em Educação como, por exemplo, Lacerda (2009) e Lopes (2007) e Thoma (2004). Dentre as principais reivindicações encontradas nas respostas dos intérpretes de língua de sinais, está a dificuldade da escola em compreender a tradução como uma situação linguística complexa e necessária, porém não suficiente, para a inclusão de surdos. Nas respostas dos professores, a ausência de elementos que configurem os surdos como sujeitos de uma diferença linguística é suprida pela presença de um olhar para o surdo centrado na perspectiva da deficiência e limitado a uma condição de não aprendizagem. O processo de avaliação se torna carente da compreensão das especificidades educacionais dos surdos na medida em que o ato de traduzir esteja significado como uma prática de apoio e facilitação de acesso à vida escolar. Portanto, fazem-se necessárias reflexões sobre a diferença linguística dos surdos no planejamento escolar, e