Educação inclusiva no brasil
Paradigmas: uma breve história no tempo
Para compreendermos as mudanças que estamos vivendo hoje na educação e na sociedade como um todo, é necessá- rio buscar no tempo a história da evolução do pensamento do homem, numa breve descrição de como os paradigmas que o sustentaram foram se modificando e afastando-o da sua essência vital, e de como nos dias atuais lutamos para ressignificar os nossos valores morais e éticos, estruturando novos paradigmas a partir de uma concepção de mundo mais justa e solidária.
Paradigma é definido no dicionário da língua portuguesa1 como modelo, protótipo, padrão, entendido como algo a ser seguido por aqueles que se identificam com ele, e o tomam como verdade. Também podemos entender paradigma como o conjunto dos valores que sustentam as relações estabelecidas entre as teorias do pensamento humano e a evolução do conhecimento científico, ambos condutores dos fios que tecem a teia da vida em constante transformação.
Essa história teve início no continente europeu, nos anos 450 d.C., em plena Idade Média, quando a visão de mundo tinha como base o teocentrismo, cuja essência e objetivo era servir a Deus: o homem deveria contemplar e compreender a harmonia existente no universo. A partir do século XV, começou a Idade Moderna, caracterizada pelas transformações no pensamento e pelas mudanças nas relações que o homem estabelecia com a natureza e com seus semelhantes.
O paradigma moderno tradicional foi fundado por
Descartes (1596-1650), filósofo, médico e matemático francês que estruturou o pensamento dedutivo fundamentado na razão. Afirmou com sua célebre frase “Penso, logo existo” o dualismo entre mente e corpo, no qual deduziu a mente como a essência da natureza humana pensante e o corpo como coisa não-pensante, formado por partes mecâ- nicas, afastando o conhecimento das dimensões do espí- rito e dos sentimentos humanos.
O determinismo deu origem ao