Educação física e tecnologia
EDITORIAL
Trabalhar com o tema “Educação Física e Tecnologia” é uma tarefa difícil e ao mesmo tempo desafiadora. Difícil pelo seu modismo e pela sua característica efêmera. Desafiadora por ter qualidades que contribuem para a formação crítica e ampliada, necessitando de maiores estudos. Na educação, as tecnologias assumem, em muitos momentos, as adjetivações de boas, más, novas, modernas, contemporâneas e, também, tendem a assumir conotações apologéticas.
Temos autores que criticam a opressão sedutora das tecnologias de comunicação e informação, as quais acabam adormecendo nossos sentidos e anestesiando nossa consciência, nos tornando crédulos e ingênuos perante seu poder. Outros autores vêem nas tecnologias a possibilidade de um mundo melhor através da ciberdemocracia; e, ainda outros, tendem a negar toda a sua qualidade, possibilidade e integração educacional.
Se a relação educação e tecnologias é complexa, a relação com a Educação Física é ainda mais, principalmente as tecnologias de comunicação e informação, visto que esse campo no Brasil é marcado pelo saber fazer. Dessa forma, o conhecimento que extrapola essa dimensão muitas vezes é negado. Acreditamos que tal fato vem da sua herança histórica que a constitui no empirismo do saber fazer, da valorização da técnica, da tática, das habilidades físicas e morfológicas.
No entanto, não podemos negar que a Educação Física tem no fazer, na experimentação corporal, nas vivências, ou nos conhecimentos historicamente construídos sobre a cultura corporal, sistematizados em formas de jogos, esportes, lutas, capoeiras, ginásticas e outras, um forte vetor da constituição da sua identidade.
Talvez aqui, nos deparamos com um problema da especificidade desse campo de conhecimento, o qual tem, nas práticas corporais, a sua constituição de identidade. Nesse sentido, pensar o corpo e sua educação mediada por computador, por exemplo, onde esse assume outros contornos no