Educação-Filosofia
Todos os seres são alvo de um processo educativo. Os pássaros, por exemplo, desde cedo expulsam seus filhotes do ninho, fazendo com que experimentem o processo de aprendizagem do voo, e este exercício é fundamental para a continuidade da vida. Todavia, todos admiremos que a educação signifique algo mais do que o adestramento do homem ou a produção de diplomas. Tentemos, então, outro método, que consiste em analisar sinónimos, os três principais são: Criar, ensinar e formar. Mas o que é isso? E como podemos ver nesses sinónimos uma explicação plausível para a educação?
Criar se refere a algo mais familiar, a educação que uma mãe da em seu bebé desperta nele uma vontade de se comunicar, mas a mãe não programa isso, mal ela sabe que sua ternura é educativa. Ensinar já se refere a algo intencional, é uma atividade que se exerce em uma instituição como por exemplo a escola, que tem profissionais destinados a isso, transmitir conhecimentos aos alunos. Formar, podemos dizer que é a preparação do indivíduo para tal ou tal função social. Todavia a filosofia não estuda os factos, mas o seu sentido. E, a este nível, os três termos, embora opostos, ou melhor, porque opostos, conservam uma relação de complementaridade. Um conceito que permite unificá-los seria APRENDER que não só unificam os três termos, mas lhes proporciona algo “mais”. Podemos definir aprender como o ato de adquirir valores que se dá com a ajuda de orientação, observação, experiência e estudo.
Lembremos aqui que é necessário passar por toda essa trajetória da criação até a formação. Tomemos partida do caso das “crianças selvagens”, em particular das duas meninas encontradas num covil de lobos, na Índia, em 1920. Estas crianças, Amala (cerca de dois anos) E Kamala (Oito anos), incapazes de se terem de pé, corriam apoiados no cotovelos e nos joelhos; desprovidas de palavra, uivavam como os lobos, atiravam-se à carne crua,