educação especial

Introdução
O conceito de Educação Especial surge após a observação do potencial e das capacidades de algumas crianças, que revelavam serem diferentes da grande maioria das outras crianças, nas quais os parâmetros estabelecidos pela educação regular surtiam efeitos positivos na assimilação de conhecimentos. De certa forma, estas crianças eram vistas, erradamente, como “a exceção à regra”.
Os primeiros registos verificados nesta área prendem-se com a experiência educativa de Itard com Victor, a criança selvagem de Aveyron (1801). Para promover “a educação mental e moral”, o estudo assentou em cinco objetivos, que pretendiam desenvolver cinco capacidades: a motivação para a vida social, o despertar das sensibilidades nervosas, a amplificação das suas ideias e o treino da fala e de operações aritméticas básicas.
Segundo Winzer, aproximadamente um século depois, o estudo na área da Educação Especial ficou mais enriquecido graças a duas perspetivas da educação progressista, de Dewey e Thorndike. Verificava-se, em ambos os casos, a vontade de centrar o currículo escolar no indivíduo e na sua prévia preparação para a vida ativa. Se por um lado, Dewey pretendia por parte do aprendiz uma resposta indutiva, por outro lado, Thorndike baseava-se num método dedutivo, na obtenção de capacidades básicas e na implementação de novos testes de inteligência. O legado de Thorndike ainda hoje é seguido e as suas orientações representam um fator chave na Educação Especial e nas suas práticas. Podemos constatar que estas medidas educativas permanecem implementadas no contexto escolar devido ao seu sucesso, e passam essencialmente pelo ensino individualizado, pela exploração plena de todas as capacidades do aluno, planificação atempada de todas as tarefas a executar e do ambiente de trabalho, entre outras.

Para obter uma definição do conceito de deficiência, é necessário recuar até ao século XVII, em que o termo está ligado a uma perceção filosófica e teológica, sendo que a