Educação brasileira
Cláudio Oliveira Ribeiro Introdução Este trabalho procura analisar a constituição e evolução da União Africana (UA) a partir da experiência de duas instituições que marcaram a história recente do continente africano: a Conferência de Bandung e a Organização de Unidade Africana (OUA). A tese central é a de que, a despeito do término da Guerra-fria e a reorganização dos espaços numa perspectiva regionalista, a UA será incapaz de favorecer a integração do continente africano caso não assegure a viabilidade de arranjos institucionais capazes de suprir as necessidades e urgências vivenciadas no continente africano; especialmente a consolidação da democracia e a promoção do desenvolvimento. Duas dimensões diretamente relacionadas à estabilidade política e à segurança. Estruturalmente, o texto divide-se em quatro partes: as duas primeiras apresentam uma breve caracterização das condições políticas e econômicas do continente africano; apontado questões consideradas como relevantes para a análise do projeto de integração regional ensejado pela UA. A terceira parte debate as dificuldades e possibilidades vivenciadas pela UA. A última procura sintetizar os argumentos apresentados no decorrer do trabalho. África: os custos da transição Seria incorreto discutir a UA sem referir-se a duas instituições que marcaram a trajetória do continente africano na segunda metade do século XX: a Conferência de Bandung e a Organização de Unidade Africana (OUA). Estas instituições marcaram a trajetória dos Estados africanos e delinearam as formas através das quais podemos considerar e avaliar a evolução tanto dos acordos quanto das organizações regionais que vêem sendo promovidos no continente. Desse modo, servem de guia para avaliação os meios de consecução de projetos inter-governamentais no continente africano. No caso da primeira, é importante frisar seu contexto. Além das motivações políticas internas, a luta pelo processo de descolonização