Educação ambiental implica um novo modo de pensar
Luana Alves Carneiro
Diante das recorrentes situações de catástrofes ambientais, no século XIX, o grito de grupos de ecologistas é ouvido e a população fica alerta para uma necessidade de mudança na forma de cuidar da natureza, pois a relação homem-natureza construída havia levado a uma crise ambiental, até então, não descrita.
Como instrumento de mudança dessa relação homem-natureza surge a proposta da educação ambiental. Cabe a esta a difícil tarefa de formar cidadãos conscientes e preocupados com os problemas ambientais, que trabalhando coletivamente desenvolvam competências e habilidades capazes de solucionar e prevenir os problemas ambientais (BRASIL – Declaração de Tbilisi, 1977).
Em sua construção percebeu-se a necessidade de trabalhar de modo interdisciplinar, pois a resolução de problemas ambientais não envolve conhecimento de uma única ciência, mas havia uma integração de diferentes informações sobre o objeto de estudo (problema ambiental).
O modo de construção do conhecimento seguia a orientação linear de Descartes, onde se devia encontrar uma única lógica em um objeto, fragmentá-lo até poder compreendê-lo para encontrar a verdade do objeto, que deveria ser matematizável (AUGUSTO; LAMBERTUCCI; SANTANA, 2006), a interdisciplinaridade inicialmente apontada como metodologia da educação ambiental, resumiu-se a uma soma de informações de diferentes ciências e a compreensão mais ampla da realidade ficou longe de ser alcançada (OLIVEIRA, 2005).
A impossibilidade de atingir um melhor entendimento da realidade com as ferramentas apresentadas pelo cartesianismo de Descartes tornou distante o objetivo da educação ambiental de formar cidadãos atuantes, críticos, reflexivos e criativos, pois na falta de um conhecimento próximo do real a população não tem acesso a instrumentos mais apropriados para tomar decisões mais acertadas (LOUREIRO, 2007).
Surge a necessidade de migrar de uma