Educaçao
Todos temos diante dos olhos as imagens desoladoras do sertão em período de seca: terra ferida por rachaduras profundas, árvores ressequidas, carcaças de animais abandonadas na poeira, crianças desnutridas com os olhos inexpressivos: morte é a palavra que define este cenário. Mas basta uma chuva benéfica e tudo retorna a viver: a vida escondida reaparece, como chamada por uma voz misteriosa. Mas, nem sempre é possível sarar todas as feridas impressas nos seres humanos e na natureza.
Este “bem público” não é tão “público” como deveria. Para falar só do Brasil (que possui uma riqueza hídrica invejável), 20% da sua população não tem acesso à água potável, 40% da água das torneiras não é confiável, 50% das casas não têm coleta de esgotos e 80% do esgoto coletado é lançado diretamente nos rios, sem qualquer tipo de tratamento. Isso produz conseqüências negativas na saúde que, sobretudo no caso das crianças, são mortais.
Um olhar rápido sobre o uso das águas no Brasil pode mostrar como ele é inadequado e dar uma explicação global da subtração da água a uma parte considerável da população: a irrigação consome 63% e a indústria, 5%, enquanto o consumo humano é de 18% e o animal, de 14%. Um detalhe sobre a agricultura leva a reflexões preocupantes: para produzir uma tonelada de grãos, são necessárias mil toneladas de água!