Educaçao
Não há docência sem discência
Embora esse trabalho seja dirigido aos educadores críticos, alguns saberes aqui citados serão úteis aos conservadores. No decorrer da leitura o leitor vai perceber qual o saber que corresponde à prática progressista, à conservadora, ou qual é exigência da prática educativa, independente do componente ideológico.
A reflexão Teoria / Prática exige uma reflexão crítica, sob risco de se tornar mero blá, blá, blá ou ativismo. Alguns saberes, entretanto, são indispensáveis dentro da formação do futuro professor. É necessário, por exemplo, que ele tenha a consciência de que ensinar não é transferir conhecimentos e sim criar condições para a sua produção ou a sua construção. É preciso que o formando tenha em mente que quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Não há docência sem discência. Historicamente, aprender precedeu o ato de ensinar. Mulheres e homens primeiro aprenderam para depois ensinarem. Aprender criticamente desenvolve a chamada curiosidade epistemológica pela qual alcançamos conhecimento cabal do objeto. E isto leva à critica e à recusa do ensino “bancário” que deforma a criatividade do educando e do educador.
O educador democrático tem o dever de reforçar a capacidade crítica, insubmissão e curiosidade do educando. Deve levar em conta que os saberes previamente adquiridos por ele não devem ser simplesmente transferidos. Percebe então, o educador, que a sua real tarefa, além de ensinar os conteúdos, é ensinar a pensar certo. O educador que pensa certo deixa transparecer ao educando a beleza que é estar no mundo, intervindo e conhecendo-o.
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. A pesquisa é necessária para se adquirir conhecimentos que depois serão trocados. O saber advindo da curiosidade ingênua caracteriza o senso comum. Pensar certo, do ponto de vista do professor, implica respeitar tanto o senso comum, quanto incentivar a criatividade. Coloca ao professor e à escola, a