Educar para alteridade
O princípio da convivência humana é reconhecer de que não podemos viver sozinhos. Enquanto seres sociais temos sempre a tendência a buscar no outro àquilo que nos falta. É natural, no entanto, que nos sentimos obrigados por nós mesmos a buscar responsabilidades em determinados grupos que, ao nos inserir também nos incumbem de nosso papel social.
Atualmente, vivemos um tempo onde o individualismo, a arrogância e a prepotência são significados de poder. Poder está relacionado com domínio. Ter poder, é ter domínio sobre a natureza e sobre o outro. Cada qual tem sua verdade que, mesmo não sendo a verdade estabelecida pelo consenso, é válida pelo menos para si em todos os tempos e lugares. Isso tem gerado a lei do menor esforço: o que me identifica com o mundo é o que eu quero fazer dele, o que eu quero ser nele e, o que eu posso aproveitar dele. Muito menos, é ver que, como um ser inserido no mundo, devo me sentir parte dele de modo a assumir que é diante dele que tenho responsabilidades sobre o que acontece nele, com ele e comigo. À esses aspectos, chamamos de alteridade.
Atualmente existe uma crise de alteridade. Ou seja, a maior dificuldade que sentimos é a possibilidade de nos colocar no lugar do outro. Dificilmente carrego comigo as dores daqueles que não tem terra para plantar, daqueles que não tem lugar para morar, dinheiro para comprar alimentos, roupas para vestir, acesso à educação, entre outros…; esses não fazem parte do que sou!
Quando educados para a alteridade, a vida ganha um novo sentido: as relações com o meio ambiente e com os outros homens passa pelo entendimento e pelo significado do que é viver. Pois, viver não é apenas passar os anos…viver é estender o tempo sobre nosso significado. Viver é como dizem, “a vida é bonita, é bonita e é bonita!”.
A escola tem tentado trabalhar a alteridade, mas o sentimento de diferença tem se constituído desde o berço, quando nos imbuem de racismo, preconceitos sexuais, menosprezando os