Edmundo Burke

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE –
MESTRADO EM POLÍTICAS PÚBLICAS – MAPPS –
TEORIA POLÍTICA

Ocleciano de Souza Costa1

EDMUNDO BURKE E O ESPÍRITO CONSERVADOR

PRELIMINARES

No presente artigo gostaríamos de registrar nossa compreensão da tradução feita por O’Brien (1982) do pensamento de Edmundo Burke. Opinar sobre as análises feitas por Burke e traduzidas por O’Brien no que diz respeito ao processo revolucionário ocorrido na França em 1789 que para ele representou um momento de caos na história das nações européias. Identificar no pensamento de Burke o que o processo revolucionário francês representou para o grupo de países que viviam a fase do século XVIII de inventividade para o desenvolvimento do progresso com a pretensão de não assistirem alterações no universo da moral e da tradição.

Edmundo Burke é considerado o primeiro a defender o desenvolvimento do “progresso” econômico vivido pelas nações européias durante o período das revoluções burguesas que tinha como fator decisivo o processo de industrialização, sem perder de vista a preservação e valorização da tradição conservadora da sociedade. O primeiro a defender um processo de modernização gradual em que os valores tradicionais, o respeito às experiências dos antepassados funcionassem como referencial para qualquer modificação nas instituições econômicas, políticas, culturais e sociais.

Em contraponto ao que aconteceu na Revolução Francesa Burke utilizou o que ele achou positivo da Revolução Gloriosa. Segundo ele, esta Revolução permitiu à Inglaterra participar do que de mais avançado possuíamos em tecnologias na época, mas, a condução deste processo soube respeitar e preservar o que de mais precioso e sólido uma sociedade poderia ter na época que era o conjunto de valores, costumes e hábitos herdados dos ancestrais que garante a coesão e harmonia na sociedade. Burke parabenizou os ingleses pela grande sacada do momento. Entretanto, Burke condena os franceses por terem