Edição especial Revista 15 min

658 palavras 3 páginas
A PAIXÃO SEGUNDO OS SAPATOS

Eles vestem e protegem os pés da humanidade desde os tempos paleolíticos. Através dos séculos, os sapa tos deixaram de ser mero objeto de consumo para tornar objeto de status. Hoje, são produzidos em diferentes materiais, modelagens e técnicas, mas tanto suas versões mais simples quanto as assinadas por famosos estilistas ainda exercem fascínio nas pessoas.

Por Michele Balboa

Cada cultura tem sua forma peculiar de representar, através de signos e símbolos, seus valores e elementos inerentes à realidade social e a criação intelectual, científica ou artística. A vestimenta, a maquiagem, os adornos e os calçados utilizados pelos membros de cada grupo, cultura ou sociedade são carregados de significações. Porém, às vezes, a subjetividade que certas culturas tratam seus objetos cotidianos como calçados, por exemplo, ultrapassa qualquer senso prático e objetivo.
É dentro deste contexto que O’Keefe destaca que os sapatos não são apenas envoltórios para os pés. Eles, na verdade, há muito, transcenderam esse conceito e se tornaram sinalizadores sociais, símbolos de passagem, objetos de sedução, fetiche ou poder.
Diversas culturas revelam intrincada rede de significações e rituais relacionados aos calçados através de seus registros históricos, desenhos e impressões semióticas. Um relato, quase que constante, em diversas culturas diz respeito à existência de pés pequenos e delicados em sapatos ornamentados. Algumas culturas, entretanto, chegaram aos extremos na exaltação de uma forma delicada para os pés.

A VERGONHA DOS SAPATOS CHINESES

Os famosos sapatos chineses conhecidos como “Lótus Chinês” são um dos exemplos mais conhecidos, repletos de signos, símbolos e ornamentos eram consagrados como padrão de beleza entre as famílias da classe alta na China do século XIV ao início do século XX. O “Lótus Chinês” possui uma intrincada simbologia onde o prazer, o desejo e a sexualidade são deslocados, através de um longo e árduo

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